Entenda o que é o ácido fólico, qual a sua importância e funções e porque ele é fundamental durante a gravidez!
Você já ouviu falar no ácido fólico? Essencial durante a gravidez, ele também pode ser conhecido como vitamina B9 e é muito importante para todas as pessoas (independente de estarem grávidas ou não) já que ajuda na realização de funções vitais para o nosso organismo.
Pessoas com deficiência de ácido fólico podem apresentar questões sérias de saúde, em especial durante à gravidez, já que a falta desse nutriente pode levar a problemas de má formação do feto.
Quer saber mais sobre o ácido fólico? Continue a leitura e saiba tudo sobre esse assunto!
O que é o ácido fólico?
Também chamado de vitamina B9, o ácido fólico é uma vitamina solúvel em água fundamental para a formação de proteínas estruturais e também da hemoglobina.
Essa substância foi descoberta na década de 40, presente na folha do espinafre e em um primeiro momento não despertou o interesse científico.
Foi somente nos anos 70 que ele começou a ganhar papel de protagonista graças aos inúmeros estudos que demonstraram a capacidade do ácido fólico de intervir em um sem número de processos metabólicos e psíquicos.
Quais as funções do ácido fólico?
O ácido fólico é extremamente importante para a formação e multiplicação de várias células, principalmente as sanguíneas e de defesa e também para a formação das proteínas.
Junto da vitamina B12, ele desempenha papel fundamental na formação dos glóbulos vermelhos, sendo que a falta desse nutriente pode ocasionar a anemia megaloblástica – isso significa que os glóbulos vermelhos parecem maiores e com uma capacidade reduzida de transportar oxigênio.
Algumas das funções essenciais desempenhadas com a presença do ácido fólico são:
- Manutenção da saúde cerebral, ajudando a prevenir inúmeros problemas (inclusive a depressão);
- Formação do sistema nervoso do feto durante a gravidez;
- Fortalecimento do sistema imunológico;
- Prevenção da anemia, graças à estimulação das células sanguíneas;
- Prevenção do câncer de cólon (porque ele evita as alterações do DNA);
- Prevenção de doenças cardíacas e de infarto (porque reduz a homocisteína e mantem a saúde dos vasos capilares);
- Controle da evolução do vitiligo;
- Redução do risco de Mal de Alzheimer;
- Ajuda no controle da hipertensão.
Quais os sintomas da falta de ácido fólico?
A deficiência de ácido fólico é um problema de saúde, já que esse nutriente, junto com a vitamina B12, atua na formação dos glóbulos vermelhos e na produção do ADN. Quando em falta, a principal característica é a anemia.
Além disso, a pessoa com deficiência de ácido fólico pode apresentar outros sintomas, como:
- Desconforto na pele ou na boca, como úlceras, feridas ou queimação na língua;
- Cansaço;
- Inchaço na língua;
- Letargia;
- Palidez;
- Diarreia;
- Tontura;
- Esquecimento;
- Perda de apetite;
- Dificuldades de concentração;
- Perda de peso;
Note que muitos desses sintomas estão relacionados à anemia megaloblástica – que é o tipo de anemia causada pela deficiência de ácido fólico.
O que causa a deficiência de ácido fólico?
Como o ácido fólico é uma vitamina solúvel em água, isso significa que ela não é armazenada em nosso organismo (nas células de gordura), sendo necessário o consumo frequente e contínuo.
Além de não acumularmos a vitamina, o nosso corpo ainda é capaz de eliminar uma parte do ácido fólico na urina, o que favorece ainda mais a deficiência, caso a alimentação não seja balanceada.
Por isso, problemas na dieta são, em geral, as causas mais frequentes de deficiência de ácido fólico, principalmente nas dietas pobres em frutas e cereais, que são as principais fontes dessa vitamina.
Mas, atenção, caso você tenha o hábito de cozinhar esses alimentos, pode ser que haja uma maior destruição da vitamina e você passe a obter menos ácido fólico, mesmo consumindo esses alimentos.
Outras causas da deficiência de ácido fólico são:
- Mutações genéticas que podem dificultar a conversão adequada do ácido fólico;
- Doenças que afetam a absorção gastrointestinal, como doença celíaca, cânceres, problemas renais e outros;
- Uso de determinados medicamentos;
- Ingestão excessiva de álcool que afeta diretamente a absorção de ácido fólico e ainda aumenta a excreção pela urina;
- Determinadas doenças sanguíneas;
- Doenças inflamatórias;
- Situações específicas em que é necessário uma ingestão maior de ácido fólico, como na gravidez ou quando há determinados problemas de saúde (como a doença falciforme).
O ácido fólico e a gravidez
Muitas mulheres que desejam engravidar recebem a recomendação dos seus ginecologistas de iniciarem uma ingestão aumentada de ácido fólico – que deve ser tomado todos os dias até as 12 semanas de gestação.
Mas, você sabe o motivo dessa recomendação?
O ácido fólico age principalmente na divisão celular que acontece nas primeiras semanas da gravidez, por isso a sua ingestão antecipada é tão importante. É ele que irá garantir que não irá ocorrer uma má-formação do tubo neural do bebê.
O tubo neural é formado logo no primeiro mês da gravidez e é considerado uma espécie de sistema nervoso “primitivo”, sendo que dele se desenvolverá o cérebro e a medula espinhal.
Quando não há ácido fólico disponível suficiente, o tubo neural poderá não se fechar completamente, o que pode levar a alterações graves como a anencefalia (quando o bebê nasce sem o cérebro ou com apenas uma parte deste, levando a morte em poucos dias após o nascimento) ou ainda a espinha bífida (a exposição da medula espinhal, capaz de deixar sequelas de vários graus).
Diversos estudos têm demonstrado que a ingestão de ácido fólico cerca de 3 meses antes da gravidez e até 3 meses após a fecundação previnem mais da metade das chances do bebê apresentar algum desses problemas.
A indicação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 0,4 miligramas de ácido fólico por dia para a prevenção dos problemas no tubo neural dos bebês. Já aquelas mamães que tiveram filhos com alterações, precisam de uma dose extra da vitamina.
Outros problemas relacionados à má-formação que a falta de ácido fólico podem causar são: alterações cardíacas, lábios leporinos, fendas palatinas e alguns casos de Síndrome de Down.
Além disso, o ácido fólico ainda contribui para aumentar a quantidade de óvulos da mulher (muito útil para aquelas que estão tentando engravidar), ajuda a diminuir os sintomas típicos da gravidez, como as náuseas e os enjoos, diminui as chances de parto prematuro e melhora o leite materno.
Outro beneficio da suplementação de ácido fólico na gravidez é que ele ajuda a diminuir em cerca de 40% o risco de autismo nos recém-nascidos.
Como repor ácido fólico?
O ácido fólico é encontrado naturalmente em alguns alimentos, como:
- Verduras de folha verde escura (espinafre e brócolis);
- Suco de laranja;
- Fígado de boi;
- Melão;
- Cenoura;
- Tomate;
- Agrião;
- Feijão;
- Germe de trigo;
- Gema de ovo;
- Abóbora;
- Amendoim;
- Cogumelo;
- Castanhas;
- Aspargo;
- Arroz branco;
- Grão-de-bico;
Lembrando que a melhor maneira de consumi-los é “in natura” já que quando são cozidos uma parte significativa do ácido fólico é perdida.
Mesmo se alimentando de forma correta, muitas pessoas podem necessitar de uma ingestão extra de ácido fólico, principalmente às gestantes, as pessoas com anemia megaloblásticas e aquelas que possuem condições de saúde e genéticas que dificultam a absorção do ácido fólico.
Nesses casos é essencial buscar ajuda médica para que ele lhe oriente sobre a melhor suplementação para o seu caso – sendo que muitas vezes é possível conseguir essa medicação pelo SUS.
O ácido fólico pode ser tomado em qualquer horário, mas é importante tomá-lo diariamente e de preferência junto de uma bebida ácida, o que ajuda na absorção do nutriente.
Em alguns casos de anemia, além da suplementação com ácido fólico, o seu médico poderá solicitar também que você tome um suplemento de vitamina b12 – já que as duas trabalham de maneira unida na formação das células sanguíneas.
Se você suspeita que pode estar com níveis baixos de ácido fólico, ou pretende engravidar em alguns meses, procure orientação médica para que ele lhe submeta a alguns exames.
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